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Colidense se destaca em mundial


Presidente Prudente é referência em atletismo. Agora desponta uma nova força que é o segmento paraolímpico. Fato evidenciado pela conquista inédita de medalha de ouro no Mundial. A autora da proeza é Jerusa dos Santos que, ao retornar da Nova Zelândia, esteve na manhã desta sexta-feira com o prefeito Milton Carlos de Mello ´Tupã` (PTB), no gabinete do Paço Municipal Florivaldo Leal. A conquista é comemorada como fato histórico para Presidente Prudente.

No Mundial Paraolímpico da Nova Zelândia, Jerusa conquistou a medalha de ouro no revezamento 4 x 100, com o tempo de 50 segundos e 51 centésimos, junto com Ana Tecia, de São José do Rio Preto, Terezinha de Jesus, de Curitiba, e Ádria Santos, de Joinville. Na disputa individual, Jerusa foi prata duas vezes, nos 100 e nos 200 metros, respectivamente com os tempos de 12 segundos e 52 centésimos e 26 segundos e 92 centésimos.
Deficiente visual, Jerusa tem como guia o atleta Luiz Henrique Barbosa da Silva, que é seu marido. Acreana da capital Rio Branco, a medalhista mundial paraolímpica foi perdendo a visão gradativamente. Aos 18 anos de idade já não enxergava mais. Foi numa entidade de amparo a deficientes visuais é que passou a se interessar pelo esporte, que é o Lar dos Deficientes do Acre. Já se vão dez anos. Jerusa agora está com 28.
Além de superar a deficiência, a obstinada atleta supera a distância de seus pais – inclusive na condição de filha única. Primeiro, trocou Rio Branco por Cuiabá, no Mato Grosso. Foi lá que conheceu Luiz Henrique, matogrossense de Colider. Em setembro de 2008 foram para os Jogos Paraolímpicos de Pequim. Jerusa conquistou bronze. No retorno ao Brasil, o casal optou em buscar um melhor apoio e elegeu Presidente Prudente, para onde se mudou em novembro do mesmo ano. ´´Aqui é bem melhor``, afirma Luiz Henrique.
O primeiro grande apelo foi a pista de atletismo que atende ao desporto de alto nível, construída em 1980 nas dependências do então Instituto Municipal de Ensino Superior de Presidente Prudente (Imespp), para os Jogos Abertos do Interior. Anos mais tarde a instituição municipal foi encampada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), incluindo a pista que passou por melhorias. Outra questão motivadora foi o apoio local que envolve a Unesp, a Secretaria Municipal de Esportes e Associação do Desporto Adaptado em Presidente Prudente (Adapp).
Estar em Prudente, em relação a Rio Branco e Cuiabá, se torna mais fácil a locomoção para diferentes regiões do País. Os índices que possibilitam classificação para competições internacionais são obtidos no Brasil, em disputas que não são exclusivas de para-atletas. Jerusa é amparada com Bolsa Atleta do Comitê Paraolímpico Brasileiro, instituição que tem o aporte da Caixa Econômica Federal. ´´Para que tenhamos o auxílio, dependemos de bons resultados``, conta Luiz Henrique. Jerusa fala pouco. É bastante tímida.
O prefeito Tupã manifestou o reconhecimento público pela expressiva conquista, parabenizou o casal e firmou compromisso em ampliar a ajuda aos atletas para-olímpicos em Prudente. Solicitou da secretária municipal de Esportes, Maria Cristina Borges Madeiral Netto ´Tute` que tome providências neste sentido, juntamente com o diretores de sua pasta, Fortunato D`Antonio Ronchi `Natinho` e Rubens Baggio Néia ´Tum`, que estiveram na solenidade de saudação à Jerusa acompanhados do coordenador de atletismo da Secretaria, Dino de Aguiar Cintra Filho.
Também participaram da cerimônia o presidente da Adap, Paulo Roberto Brancatti, o vereador cadeirante Douglas Kato (PV) e o ex-atleta Inaldo Sena. Jerusa faz parte da Seleção do Brasil que ficou em terceiro lugar no Mundial, saltando 14 posições em relação a 2006, quando estava na 17ª. ´´São muito importantes os apoios``, disse Brancatti e citou projetos da Unesp nesta área e o Comitê Paraolímpico. Kato anunciou que irá protocolar na Câmara Municipal homenagem à Jerusa.

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