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Em meio a polêmicas Corinthians fecha patrocinio com a Caixa

Estatais no futebol
A lista cresce: Banrisul (é estatal, não importa que do estado do Rio Grande do Sul), Eletrosul, Eletrobras, Petrobras, Liquigas e agora a Caixa Econômica Federal, que já patrocina o Atlético Paranaense, além do Figueirense e Avaí. Antes de comentar esse patrocínio, transcrevo um trecho de um dos muitos posts nos quais posicionei-me a respeito de empresas do Estado patrocinarem um clube de futebol:
Vão me desculpar os torcedores desses clubes todos com patrocínios estatais, mas eu, como cidadão e como profissional que atuou na área por quase toda a vida, não gosto e não reconheço valor em atividades desse tipo de empresas estatais. Que são monopolistas, dando aos bois o nome certo, não disputam mercado, não precisam atingir o consumidor, construir uma marca sólida e confiável para permanecer e ganhar mercado. Como cidadão, não sou favorável a que empresas do Estado gastem dinheiro com esportes profissionais de alto rendimento. Se for para gastar, que gastem com crianças, que gastem com o apoio à prática de esportes nas escolas. Times de futebol profissional podem e devem buscar outros patrocinadores na iniciativa privada. Pensava e dizia a mesma coisa a respeito do patrocínio da estatal petrolífera para outro clube do Rio de Janeiro durante muitos anos, mesmo tendo essa empresa uma faceta de mercado meio mambembe. Então, na minha visão, e ninguém precisa gostar dela, patrocínio de estatal é ação política e não de mercado…
O trecho acima, em itálico, é parte do post “Expectativas exageradas… Realidade pobre – Parte I”, de 13 de janeiro desse ano. Não foi minha primeira manifestação a respeito desse tema e muito menos a última. Volto a ele hoje em função do anunciado acordo CEF/Corinthians. A Caixa, dirão muitos, não é monopolista e está no mercado, disputando clientes. A primeira é verdadeira em parte, uma vez que ela detém vários monopólios de recebimento de recursos da sociedade. A segunda é verdadeira, de fato, ela está no mercado e disputa clientes. Mas não é função do Estado fazer o papel de banco de varejo. Até ressalvo o papel estratégico de bancos de investimento com a clara finalidade de impulsionar setores da economia que precisam de estímulo financeiro, missão muito falada em bocas de políticos e propaganda de bancos, mas pouco ou nada condizente com a realidade. Não mudo, portanto, uma só vírgula em relação ao trecho acima transcrito: patrocínio de estatal é ação política.
Sem fontes confiáveis, não posso e não vou aventar hipóteses a respeito desse acordo de patrocínio, embora não deixe de ser curioso que dirigentes do clube já tenham se apressado a dizer que não houve interferência de figuras da política, especificamente o ex-presidente do país. Preocupa-me a nota publicada hoje pela coluna Painel FC, segundo a qual a CEF estaria procurando outros clubes de futebol para patrocinar. Especialmente num país pobre em recursos esportivos e com os que existem sendo pessimamente aplicados, apesar de e por causa dos Jogos Olímpicos de 2016, é muita falta de visão estratégica (pensando no país) uma empresa do Estado destinar recursos para esportes profissionais de alto rendimento e retorno financeiro. Será que estão pensando em naturalizar o Usain Bolt para conseguir medalhas?
http://globoesporte.globo.com/platb/olharcronicoesportivo/2012/11/20/na-realidade-do-mercado/

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